Michael Jackson: Too bad too bad about it!

26 06 2009

Michael Jackson não foi um dos meus ídolos. É claro que eu o conhecia, desde a época do Jackson Five, e acompanhei mais ou menos a sua trajetória na música, sem prestar muito mais atenção a ele do que prestava a outros cantores americanos de que eu gostava mais.

Na década de 1970, meu filho mais velho tinha um grupo de dança de rua, tipo “break” e eu comecei a prestar mais atenção naquele artista cuja performance no palco era tão precisa, tao enérgica, tão elétrica, tão sensual. Quando em seguida a minha filha um pouco mais nova tornou-se pré-adolescente, também virou fã do cantor e vivia a me pedir uma roupa cheia de zíperes, de couro preto, igualzinha à dele. Comecei a prestar mais atenção no artista e cada vez gostava mais.

Era o dia todo rodando o vinil Bad, naqueles tempos pré-CD. Too bad! Too bad! Too bad! E quando o clip aparecia na TV, eu largava tudo e ia olhar. E depois foi a vez de Thriller.

Nunca me interessei pela vida particular do artista. Sei que casou com a filha do Elvis, que teve filhos com outras mulheres, que se envolveu em escândalos com crianças, que tinha uma doença na pele que terminou deformando seu rosto e que aparecia com máscara e óculos escuros em frente às câmeras de TV para evitar os paparazzi e para não expor sua privacidade, sua e de seus filhos.  Nunca fiz julgamentos morais de artistas. Acho bobagem.

Para mim, a doação da música, da dança, da energia vibrante e alegre sobre o palco foi suficiente, e eu a aceitei carinhosamente, como um presente que o artista quis me dar, a mim e a seus milhões de fãs, e é isso que agora importa, nessa hora em que registro com tristeza a morte dele, ocorrida hoje à tarde.

É isso que quero agradecer aqui. O mais, é coisa da Vida, tão misturada com a Morte que às vezes a gente pensa que é tudo uma coisa só. Too bad!

UPDATE – O leitor avisa que eu inverti as datas, que Thriller veio antes e Bad depois. Eu me lembro de tudo junto, e o tempo da recordação é assim mesmo, misturado. Fica feita a observação.

MIchael